Barragem do Fundão - Mariana MG

A Barragem de Fundão, localizada em Mariana, Minas Gerais, foi construída em 2008 pela mineradora Samarco, uma joint venture entre as gigantes Vale e BHP Billiton. A estrutura foi projetada para armazenar os rejeitos de minério de ferro da operação de extração da região, uma prática comum na mineração, mas que requer altos padrões de segurança. Fundão fazia parte de um complexo de barragens que servia para conter esses resíduos gerados durante o processo de mineração.

Por anos, a barragem funcionou sem incidentes, mas em 5 de novembro de 2015, tudo mudou. Nesse fatídico dia, a barragem se rompeu, liberando cerca de 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica no meio ambiente, provocando o maior desastre ambiental da história do Brasil. O tsunami de lama percorreu quase 700 km até o litoral do Espírito Santo, devastando tudo em seu caminho: rios, vilarejos e vidas. A lama carregava metais pesados e resíduos da mineração, tornando o solo e a água tóxicos por onde passava.

O distrito de Bento Rodrigues, o mais atingido, foi praticamente apagado do mapa. Casas foram destruídas, plantações soterradas e dezenas de vidas perdidas. 19 pessoas morreram nesse desastre, muitas delas sem sequer terem tempo de reagir. Milhares de famílias foram deslocadas, perdendo suas casas, seus meios de subsistência e sua conexão com a terra onde viviam há gerações.

O impacto ambiental foi devastador. A lama poluiu o Rio Doce, um dos mais importantes rios da região Sudeste, causando a morte de milhões de peixes e outros animais aquáticos. Ecossistemas inteiros foram destruídos, e o fornecimento de água potável foi severamente comprometido para cidades e vilarejos ao longo do curso do rio. As consequências ambientais continuam sendo sentidas até hoje, com a recuperação da região sendo um processo lento e incerto.

Além dos danos ambientais, o impacto social e econômico foi catastrófico. Comunidades perderam tudo, desde seus lares até suas fontes de renda, e o desastre revelou falhas gritantes na regulamentação e supervisão das barragens de rejeitos no Brasil. A tragédia de Mariana serviu como um doloroso alerta sobre os riscos associados à mineração em larga escala e à falta de manutenção e fiscalização adequadas de estruturas como a barragem de Fundão.

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